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A criação da 6ª DI e os voluntários da pátria

Escrito por 2º Ten Saraiva | Publicado: Terça, 26 de Setembro de 2023, 11h23 | Última atualização em Quarta, 04 de Outubro de 2023, 14h32 | Acessos: 738

 OS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA

 

A ORIGEM

 

             Antes da Guerra, o Exército contava com 18.000 efetivos, distribuídos por todo o país, constituídos em 7 Batalhões de Fuzileiros, 6 Batalhões de Caçadores, 3 Batalhões de Caçadores de Guarnição e 12 Corpos de Guarnição. Boa parte estava empregada na campanha contra Aguirre.  Não havia serviço militar obrigatório e não havia reservas regulares, tudo se fazia pelo voluntariado e pelo recrutamento. A existência da Guarda Nacional proporcionava contingente precioso, embora sem quase nenhuma preparação militar.

 

[...] sacudiu o ânimo nacional, atraindo, chamando, convocando os brasileiros para a defesa da Pátria ameaçada.

 

 

Figura 1: Voluntários do Ceará

                 Apelou o Governo Imperial para a Guarda Nacional, para os voluntários da pátria e para o recrutamento. Foram criados 57 Corpos de Voluntários, a partir de 7 de janeiro de 1865, grupados em unidades de Combate, à feição de Batalhões de Caçadores de Infantaria Ligeira e companhias avulsas, comandados por oficiais do Exército ou da Guarda Nacional. Chegaram a responder por 75% dos Batalhões do Exército de Linha.

                 No que tange à logística de Pessoal, o efetivo necessário para as operações seria de 50.000 (cinquenta mil) homens, sendo 35.000 (trinta e cinco mil) de infantaria, 10.000 (dez mil) de cavalaria e 5.000 (cinco mil) de artilharia. 45.000 (quarenta e cinco mil) em primeiro escalão, 5.000 (cinco mil) em reserva no Brasil.

Figura 2: uniformes dos Voluntário

 

             Apresentaram-se homens de 18 a 50 anos de todas a províncias, principalmente do N e NE. O grosso proveio das Guardas Nacionais, 59.669, mais 54.992 voluntários simples e 8.489 de recrutamento e libertos, totalizando 123.150.  D Pedro II, voluntário nº 1, abdicou, pois a Constituição o impedia de se voluntariar, e seguiu com uniforme de coronel.

 

Figura 3: uniformes dos Voluntário

 

            Ao longo da Guerra, mais da metade dos Corpos foi extinta e os remanescentes, incorporados em outras Unidades.

 

            A 6ª Divisão de Infantaria foi criada durante participação do Brasil na Guerra da Tríplice Aliança, ocorrida de 1864 até 1870. Os seguintes Corpos de Voluntários da Pátria integraram a 6ª DI:

 

            - 3º CVP – primeiro CVP organizado na Bahia, comandado pelo então Maj José da Rocha Galvão, morto em Tuiuti. Embarcou em 23 de março de 1865 no Vapor S. Francisco, levando 550 homens, e, após breve estada em Niterói, onde foi confeccionada a bandeira do Corpo, chegou em maio a Montevidéu no vapor Oiapoque, onde foi reforçado com duas companhias de voluntários do Sergipe e incorporado ao Exército de Osório.  Foi transformado em 25º CVP, número antes pertencido ao CVP de PR e SC.

            - 16º CVP – composto por mercenários estrangeiros, principalmente, italianos, chamado de “Garibaldino”, foi organizado pelo Cel Fidélis Paes da Silva, em março de 1965, em Montevidéu. Foi transformado em 43°V, em dezembro de 1866.

            - 21º CVP – organizado em Pernambuco pelo TC GN Francisco Joaquim Pereira Lobo. Embarcou em 9 de dezembro de 1865 no vapor Agnes Aekles, com 36 oficiais e 375 praças. Em 21 de fevereiro de 1866, após receber a ala direita do 52º V, sob comando do TC GN João de Paula Ferreira. Após Estero Bellaco, assumiu o comando do Corpo o TC Genuíno Olímpio de Sampaio      - 30° CVP – organizado em Pernambuco e, incialmente, comandado pelo Maj Apolônio Campelo Jácomo da Gama. Em abril de 1865 partiu para o Rio de Janeiro a bordo do vapor Cruzeiro do Sul, com 34 oficiais e 463 praças, onde foi reforçado com uma companhia de Alagoas e uma companhia de Zuazos.  Passou por Santa Catarina e Porto Alegre, antes de marchar, em setembro, para o sítio de Uruguaiana, não tendo chegado a tempo de assistir a rendição de Estigarríbia. Em novembro de 1866 já fazia parte do Exército de Osório. Caxias, em janeiro de 1867, mandou prender o TC Jácomo da Gama, por ter encontrado dois sentinelas do Corpo descalços e com fardamento roto.

            - 38º CVP – organizado na Corte, com efetivo de diversas Províncias, sob o comando do TC Domingos José Freire de Carvalho, que foi promovido, posteriormente, por bravura, ao posto de coronel. Ao partir no navio Imperador, levava, a bordo, 24 oficiais e 519 praças. Foi incluído em janeiro de 1866 na 14ª Bda.

            - 40º CVP – organizado, em agosto de 1865, em Salvador e comandado pelo Major Francisco Vieira de Faria Rocha, tendo como base de sua organização o 3º Batalhão da Guarda Nacional. Embarcou no vapor Oiapoque no dia 17 de setembro, levando um efetivo de 43 oficiais e 413 praças. Após breve parada, partiu da Baía de Guanabara, no vapor Princesa, em outubro, com destino ao Exército de Osório. No início de 1866 passou a compor a 18ª Bda

            - 41º CVP – criado de forma simultânea com o 41º CVP, a partir  do núcleo do 2º Batalhão da Guarda  Nacional de Santo Amaro-BA, era comandado pelo TC Salvador de Oliveira Nunes. Embarcou, também, na mesma data, no vapor Oiapoque. A partir do Rio de Janeiro, deslocou-se no vapor Leopoldina, com 35 oficiais e 328 praças, e passou a compor a 18ª Bda no início de 1866. Em março de 1866, assumiu o comando do Corpo o Major, em comissão do Exército, Gabriel de Souza Guedes.

             

            - 51º CVP – em março de 1865, foi criado com base no Corpo de Polícia de Pernambuco. Deslocou-se para o Paraguai por Alas. Em março de 1866, as duas alas já estavam reunidas e acampadas em Tala-Corá, com 33 oficiais e 486 praças, comandados pelo TC Alexandre Augusto de Frias Villar e incorporados à 14ª Brigada.

 

Contava, ainda, a 6ª DI com:

- 2º Batalhão de Fuzileiros (2 de ouro) do Recife, comandado pelo Maj Aurelio Joaquim Pinto, antes da Guerra estava no Chuí.

- 5º Batalhão de Fuzileiros do Maranhão. Foi  dissolvido em setembro de 1866.

- 7º Batalhão de Caçadores de Santa Catarina, comandado pelo TC Herculano.

 

           Com a reorganização da tropa de Linha,  todos os batalhões de linha passaram a ser tratados por batalhão de infantaria.

 

 

 

DENOMINAÇÃO HISTÓRICA

           A PORTARIA n 03-SGEx, de 08 Abril de 1986, denominou a 6ª DE, por sua similaridade com a 6ª Divisão de Infantaria, de DIVISÃO VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA e concedeu-lhe o Estandarte Histórico e o Distintivo de Grande Unidade.

 

 

 

 

 

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